Caramuru - A Invenção do Brasil - Filme

O filme “CARAMURU-A INVENÇÃO DO BRASIL”, mostra uma visão da História das Navegações usando como recurso de entretenimento, o riso, deixando de uma forma mais leve e divertida para assistir.
No quesito das diversidade culturais mostradas no filme é sobre o choque cultural que vive o protagonista Diogo Álvares Correia-“Caramuru”, levando um susto quando Moema a irmã de Paraguaçu, tenta dar em cima dele e ele faz de tudo para resistir a tentação e explica que no seu pais de origem, Portugal, pelas leis cristas, a prática de um incesto é proibida, e não sabia ele que nessa comunidade indígena que ele vive a vida cultural local é muito diferente, pois Paraguaçu lhe explica que ali é permitida a prática da poligamia, e o mais curioso, é quando na hora em que Paraguaçu pede para Diogo liberá-la para outro homem, Diogo não permite, e Paraguaçu lhe explica que ali isso é permitido o homem liberar a mulher para outro homem, o mesmo choque acontece quando Diogo leva Paraguaçu para conhecer a França , a índia fica totalmente espantada quando Diogo pede para ela ficar totalmente vestida e ela pergunta por que ela não pode ficar nua nesse lugar, e ele tem de explicar que pelas leis cristãs do pais lá não se permite ficar despido, é um pecado.
Isso mostra como que o europeu cristão acha tão exótico vê num local desse com uma visão panorâmica edênica ( do Paraíso na Terra), ter um povo que vive de forma bem diferente de como eles vivem na Europa, que praticam a poligamia, o que na Europa cristã isso é proibido, ali eles viverem sem roupa, prática também proibida, o canibalismo dos indígenas, e lá na Europa o culto cristão que eles fazem era estritamente rígido e com suas leis que manda-lhe queimar na fogueira, e viam que os cultos nativos eram totalmente pagãos entre outras coisas totalmente bizarras para eles os europeus, e que por isso foi o que influenciou para que eles fizessem de tudo para dizimá-los, usando inclusive da forma da catequização.
Para os europeus cristãos, foi uma grande surpresa saber da existência desse território e dessa população que eles não tinham nenhum conhecimento, os únicos territórios que eles conheciam era restrito aos seus reinados.

Nesse quesito, o filme mostra de forma bem divertida mesmo sobre a história das navegações e da chegada dos portugueses ao Brasil, mas no quesito de se preocupar com a veracidade, de mostrar se tudo ali aconteceu mesmo ou foi só criação do filme, isso há de se analisar criticamente, como exemplo, no inicio do filme mostra Diogo como um artista, pintor muito conhecido em Portugal, tendo um romance com uma espiã francesa chamada Isabelle, conhecida como Baronesa de Servign, que ela inclusive manda-lhe pintar a imagem dela dentro do mapa das embarcações para ela passar a perna nele, e ele ser preso e mandado para a embarcação do vilão do filme, Vasco de Athaide, que o trouxeram para cá para o Brasil durante uma tempestade, antes da chegada das esquadras de Cabral, isso entra em bastante contradição, porquê analisando mesmo na fonte biográfica do Caramuru, ele só veio ao Brasil apenas em 1509, muito tempo depois da chegada de Cabral, e quanto ao Vasco de Athaide e a Baronesa de Servingn, eles não são citados, o que fica bem claro que os dois não existiram na realidade, foram apenas criados pelos roteiristas do filme.
Nessa primeira passagem que filme mostra nada é verídico, só a partir da cena do Caramuru chegando ao Brasil e conhecendo a índia Paraguaçu, e a sua irmã Moema, tendo um romance com as duas, e levando Paraguaçu para a França para se casar, onde o narrador termina dizendo que eles depois voltaram ao, onde tiveram muito filhos, e o fato dele ter adquirido pelos índios, o apelido de Caramuru, que no tupi significa “Homem Trovão da Morte Barulhenta”, depois que ele matou um pássaro com um mosquetão, e os índios que iam tentar devorá-lo acabaram parando e o idolatrarão como um deus chamando-o de exatamente de “CARAMURU”, CARAMURU”.

Mas ainda assim uma coisa que o filme deixou de mostrar sobre o casamento de Diogo com Paraguaçuy, foi Paraguaçu, passou a ser batizada na Catedral de Saint-Malo, onde passou a se chamar Catarina( em francês de Catherine Du Brésil), como uma homenagem a Catherine Dês Granches, esposa do navegador francês Jacques Cartier , outro equivoco que o filme também mostra é a ida contra-vontade de Paraguaçu e Diogo, para este se casar com a Baronesa de Serving, sua amada no inicio, que na verdade ele foi para a França era com o objetivo de estabelecer relações comercias, e Paraguaçu foi para a França contra a sua vontade, para que assim eles pudessem aproveitar para se casarem e por lá ser batizada com um nome cristão, ou seja, analisando os diferentes pontos vistas do filme, da veracidade interagindo com a ficção vê-se que no quesito do filme usar o riso como entretenimento é ótimo, mas quanto a total veracidade deixa a desejar.
No quesito sobre a exploração das riquezas o filme satirizou bem o fato de como os exploradores negociavam com os índios as riquezas deles para serem comercializadas na Europa, mostrando até inclusive um dialogo do Vasco de Athaide, negociando com Chefe Itaparica, dos Tupinambás, pai da Paraguaçu, sobre as riquezas, e o índio responde: “Isso a gente”, depois ainda pergunta “Vocês tem mão-de-obra”, e Itaparica responde “Isso nos falta”, mostrando como os índios faziam para resistir ao trabalho escravo, satirizando também a forma de como Paraguaçu passou a perna na Baronesa de Serving entre outras coisas.
Analisando no contexto geral, por diverso fatores, vê-se que o produtor do filme procurou contextualizá-lo no momento das Grandes Navegações ocorridas em Portugal, e se preocupou mais em entreter como já dito antes usando do ris, e ao mesmo tempo romancear a história de Caramuru com Paraguaçu, Moema e criando personagens não verídicos como o Vasco de Athaide e a Baronesa de Serving, e além disso vê-se também como ele mostrou já dito anteriormente a vinda de Diogo Alvares Correia, meses antes da chegada de Cabral , o que também como já dito anteriormente entra em contradição, apesar de tudo o filme serve tanto para entreter quanto para se fazer uma analise critica.

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